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26 de março de 2020

Fechamentos de shoppings podem causar 4 milhões de demissões, diz associação


O fechamento dos centros de compras nas principais capitais do país para combater o avanço da pandemia da covid-19 pode causar quebra de lojistas e, consequentemente, a demissão de 4 milhões de funcionários diretos e indiretos do setor, afirmou Tito Bessa, presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos). 

De sexta-feira (13) a domingo (15), as vendas caíram cerca de 50% ante o mesmo período de 2019 e no decorrer desta semana a retraíram 70% com as decisões dos governos das capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e do Estado de Santa Catarina de diminuírem o horário de operação ou fechar os shoppings.

Bessa ressaltou que a situação é crítica porque os lojistas podem não ter recursos suficientes para conceder férias coletivas aos trabalhadores, especialmente nas pequenas e médias empresas, cujo caixa não sustenta um mês sem vender e mantendo ainda os custos fixos.

“Tentamos conversar com as administradoras de shoppings para obter descontos, mas não existe intenção de acordo amigável. As empresas acham que é agressivo pedir desconto com queda nas vendas, no fluxo de clientes e com os shoppings fechados”, disse Bessa.

A Ablos representa cerca de 100 marcas como Casa do Pão de Queijo, Barred's, Deny Sports, Grupo Valdac, Kelf e TNG. Segundo o executivo, os funcionários que permanecerem deverão ter suas jornadas de trabalho e salários reduzidos, conforme proposta do governo federal.

Na rede de vestuário TNG, fundada por Bessa, são 1,7 mil funcionários, sendo 250 temporários. "Não deverei renovar estes contratos no fim do prazo e corro o risco de cortar mais 250 empregos", disse. A varejista tem 170 lojas no país, sendo 60% delas no Estado de São Paulo.

Fonte: Valor.Globo

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