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10 de abril de 2017

Cartel para fraudar licitações tinha 35 'laranjas' atuando, diz Gaeco


Trinta e cinco pessoas estão sendo investigadas sob a suspeita de participação como ‘laranjas’ das 16 empresas fantasmas que fraudavam licitações de prefeituras. Na manhã dessa segunda-feira (10), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fez balanço da Operação Escamoteamento e confirmou que além dos beneficiários do Bolsa Família e lavradores também participavam do esquema: servidores públicos, credores do município e doadores de campanha da cidade de Cocal.

"Essas pessoas usadas como laranjas receberam diversas transferências bancárias das empresas investigadas. Por enquanto, elas foram conduzidas coercitivamente e será investigada a participação de cada uma delas no esquema. Um exemplo de laranja, era a copeira da prefeitura de Cocal, que ganha um salário mínimo e chegou a receber R$ 100 mil das empresas fantasmas", contou o promotor de Justiça Isobilino Pinheiro.

Oito empresários estão presos preventivamente e cinco continuam foragidos. A operação foi realizada na sexta-feira (7) e tinha como foco contratos feitos com a prefeitura de Cocal, no entanto, durante as investigações o Gaeco descobriu que o grupo atuava em cidades do Piauí, Ceará e Maranhão. A quadrilha tinham sedes em Tianguá, Ubajara, São Benedito e Fortaleza, todas cidades cearenses.
Durante a coletiva, o promotor Isobilino Pinheiro revelou que o cartel era comandado por dois irmãos, um está preso e outro continua foragido. Como medida cautelar, o Ministério Público Estadual solicitou a busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, indisponibilidade de bens e móveis e imóveis e sequestro de automóveis de luxo dos empresários envolvidos.

"Todas as empresas possuem características iguais: saques de alto valores, com sócios semelhantes, transferências bancárias entre as empresas, os empresários matinnham amizade entre eles. Além disso, os empresários tinham os mesmos responsáveis financeiros e sacadores", destacou.

Outra característica apontada pelo promotor foi que as empresas não tinham capacidade operacional, ou seja, sem sede física, funcionários e veículos. Ainda conforme o promotor, as empresas eram organizadas e o cartel aperfeiçoado, já que todos ganhavam com o esquema de fraude.

"O que chama atenção desta organização criminosa é a pouca idade dos envolvidos. Como é o caso uma empresária de 25 anos, que só em 2015 recebeu um R$1, 6 milhão da prefeitura de Cocal”, acrescentou.

Participação de políticos
Sobre a participação de políticos, o promotor de justiça comentou que até momento não há indícios da participação de prefeitos, mas afirmou que há provas de que funcionários públicos estariam direcionando as empresas fantasmas para as licitações. Entre os investigados estão o pregoeiro e o presidente licitação da Prefeitura de Cocal.


Fonte: G1 / PI

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