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23 de outubro de 2018

STJ diz não ter visto ameaça em Eduardo Bolsonaro

Foto: Arquivo / Agência Brasil
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, minimizou as declarações feitas pelo deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro, de que bastaria um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Noronha, a fala foi "superestimada" e em nenhum momento sentiu tom de ameaça na declaração.

"O Brasil vive hoje um momento de extrema democracia, com as instituições bem fortes, bem firmes, bem instituídas, e que ao meu ver não correm risco, seja quem for o presidente eleito, não estou nem um pouco preocupado com isso", avaliou Noronha. "O ambiente democrático está estabelecido pelos preceitos constitucionais."

Noronha acrescentou ainda que qualquer medida que seja tomada fora do ambiente constitucional pode gerar impeachment. Além disso, disse que todas as decisões do presidente precisam ser aprovadas pelo Congresso, o que torna o ambiente seguro.

"A declaração do rapaz que foi eleito deputado e fez respondendo uma pergunta; nitidamente não vi interesse de ameaça, estão exagerando no que ele falou, estão superdimensionando...O Brasil não corre nenhum risco de ter sua democracia arranhada, independentemente do presidente eleito", disse, lembrando que as Forças Armadas já deram declarações por meio de generais garantindo a democracia.

Noronha avaliou que as declarações feitas pelo filho do líder nas pesquisas para presidência do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), são fruto de imaturidade "e quando assumir o cargo de deputado e ver o peso, vai ter outro comportamento. A vida é assim.", previu.

Para ele, não é pelo fato de um deputado ter um pai que foi militar que se vai criar um ambiente de golpe no Brasil. "Quem cria ambiente de golpe é a fraqueza das instituições. E essas estão fortes. E temos que mantê-las fortes", avaliou.


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