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31 de outubro de 2018

Ciro Gomes diz ter sido "miseravelmente traído" por Lula e que PT elegeu Bolsonaro

Candidato derrotado à Presidência nas eleições deste ano, Ciro Gomes (PDT) afirmou que foi "miseravelmente traído" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que o PT foi responsável pela eleição de Jair Bolsonaro (PSL) no último domingo, 28. O político deu declarações em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo pela primeira vez desde o segundo turno. Ciro ainda revelou que não quer mais fazer campanha para o PT, justificando seu não posicionamento.


"Fomos miseravelmente traídos. Aí, é traição, traição mesmo. Palavra dada e não cumprida, clandestinidade, acertos espúrios, grana. Pelo ex-presidente Lula e seus asseclas", declarou Ciro, na entrevista, acusando o PT de ter impedido o apoio do PSB a sua candidatura. "Em nome de que foi feito isso? De qual espírito público, razão nacional, interesse popular? Projeto de poder miúdo. De poder e de ladroeira. O PT elegeu Bolsonaro", complementou.
O pedetista ressaltou que Bolsonaro ganhou por estar na hora e no local certos em meio a um antipetismo generalizado. "O lulopetismo virou um caudilhismo corrupto e corruptor que criou uma força antagônica que é a maior força política no Brasil hoje. E o Bolsonaro estava no lugar certo, na hora certa. Só o petismo fanático vai chamar os 60% do povo brasileiro de fascista. Eu não, de forma nenhuma". Também criticou que Lula está “cercado de bajulador, com todo tipo de condescendências”, e citou como bajuladores Gleisi Hoffmann, Leonardo Boff e Frei Betto.
Ciro Gomes ainda revelou que foi convidado por Lula para assumir a candidatura do PT no local de Fernando Haddad, mas que ele negou o convite e que se considerou "insultado". "Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o Haddad cumpriu. E não aceitei. Me considerei insultado", apontou.



O político falou também sobre a declaração que tinha feito anteriormente de que, se Bolsonaro fosse eleito, ele sairia da política. “Não sei se serei mais candidato, mas não posso me afastar agora da luta. O País ficou órfão”, disse, não dando certeza se seria candidato em 2022. "Quero fundar um novo campo, onde para ser de esquerda não tem de tapar o nariz com ladroeira, corrupção, falta de escrúpulo, oportunismo. Isso não é esquerda. É o velho caudilhismo populista sul-americano", declarou, já no fim da entrevista.

Fonte: O Povo Online

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