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21 de setembro de 2016

Câncer: como os novos medicamentos estão mudando a história da doença (ou das doenças)



O câncer não é uma doença única. Ele decorre de uma coletânea de doenças com características e evolução similares. Mesmo tumores que surgem e crescem no mesmo órgão, em pacientes diferentes, podem apresentar características muito diferentes em uma análise das alterações no DNA dos tumores. Estas diferenças explicam porque pacientes que aparentemente têm a mesma doença apresentam a sua evolução, e respondem aos tratamentos da mesma, de maneira distinta.

Os primeiros medicamentos contra o câncer eram basicamente venenos, usualmente direcionados contra células em rápida divisão, uma característica da maioria dos tumores. No entanto, mesmo células presentes no mesmo tumor podem ser afetadas de maneira distinta, e muitos tecidos normais dos pacientes também são afetados, levando aos temidos efeitos colaterais.

Foi testemunhado na última década um crescimento exponencial no nosso conhecimento sobre o processo de formação dos tumores, e hoje já conseguimos identificar diversas alterações moleculares no DNA, que são responsáveis pelo aparecimento e desenvolvimento de tumores específicos. O próximo passo é o de desenvolver medicamentos que atuam e bloqueiam estas alterações. Este tratamento molecular é mais interessante, e traz grandes promessas. Alguns poucos tumores já são completamente controlados com esta estratégia, e lentamente novos alvos são identificados e atacados.

O próximo passo será o desenvolvimento da biópsia líquida. O câncer libera células e DNA na circulação, e novas tecnologias estão permitindo que este material seja coletado através de um simples exame de sangue ou de urina. Em pouco tempo, um exame simples e rápido poderá não apenas determinar se o paciente tem um câncer, mas também qual seria a melhor opção de tratamento. Quando isso acontecer, teremos o verdadeiro tratamento personalizado.


Fonte: Veja.com

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